sábado, 22 de maio de 2010

O crack da bolsa de valores de 1929

Crise de 1929



Ao final da Primeira Guerra, a indústria dos EUA era responsável por quase 50% da produção mundial.

O país criou um novo estilo de vida: o american way of life. Esse estilo de vida caracterizava-se pelo grande aumento na aquisição de automóveis, eletrodomésticos e toda sorte de produtos industrializados.

Entretanto, os EUA sofreu grande abalo em 1929, quando mergulhou numa terrível crise, de repercussão mundial.

Terminada a guerra, os países europeus voltaram a organizar e a desenvolver sua estrutura produtiva. Para isso, acabaram reduzindo as importações de produtos americanos. O ritmo de produção industrial e agrícola dos Estados Unidos continuava a crescer aceleradamente.

Por sua vez, Inglaterra, França e Alemanha foram atualizando rapidamente seus métodos industriais. Isso colaborou para aumentar o desequilíbrio entre o excesso de mercadorias produzidas e o escasso poder aquisitivo dos consumidores. Configurava-se assim uma conjuntura econômica de superprodução capitalista.

O crack da Bolsa de Valores de Nova York

A crise de superprodução teve como um de seus grandes marcos o dia 29 de outubro de 1929, dia do crack da Bolsa de Valores de Nova York, que representava o grande termômetro econômico do mundo capitalista. As ações das grandes empresas sofreram uma queda vertiginosa, perdendo quase todo o seu valor financeiro.

As empresas foram forçadas a reduzir o ritmo de sua produção. Em função disso, promoveram a demissão em massa de seus funcionários. Terminava o sonho do american way of life. Durante a crise somou-se 15 milhões de desempregados.

O crack da Bolsa de Valores de Nova York abalou o mundo inteiro. Os Estados Unidos não podendo vender também deixaram de comprar e isso afetou também o Brasil, que dependia das exportações de café para os Estados Unidos.

Com a crise, grande parte do volumoso estoque de café produzido no Brasil ficou sem mercado consumidor. O Brasil não conseguiu conter o desastre econômico que abalou a classe cafeicultora, e por conseqüência abalou as próprias estruturas políticas da República Velha, abrindo caminho para a Revolução de 1930, que levaria Getúlio Vargas ao poder.

Informações
VOCABULÁRIO
Mercado interno: O mercado
interno é constituído por
empresas, consumido-
res e governos que se rela-
cionam economicamente
– comprando e vendendo
produtos diversos e servi-
ços – dentro das fronteiras
do país.

Riqueza e pobreza
Até a Primeira Guerra Mundial, a maior parte do mundo era abaste-
cida por produtos industrializados vindos da Europa, principalmente da
Inglaterra. Naquela época, as fábricas dos Estados Unidos produziam para
o mercado interno e para outros países da América.
Durante a guerra, as empresas estadunidenses passaram a vender
para antigos clientes dos europeus. Para aumentar a produção, os indus-
triais fizeram investimentos por meio de empréstimos bancários, ou com
o lançamento de ações (ver boxe Como funciona o mercado de ações).
Esse movimento foi acompanhado por empresas de outros países, levan-
do a um aumento da capacidade de produção mundial.
Investir no parque industrial nesse período tornou-se um negócio
extremamente lucrativo nos EUA, pois a concorrência havia enfraquecido
no mercado internacional. Porém, ao final do conflito, as firmas européias
se reconstituíram aos poucos, buscando retomar seus antigos mercados.
Mesmo assim, as companhias estadunidenses não paravam de crescer.
E elas dependiam de mercados externos para vender sua produção.
Nos EUA, a renda dos trabalhadores era insuficiente para absorver tudo o
que saía das fábricas. Os operários recebiam baixos salários, o que os
impedia de comprar a maior parte das mercadorias que produziam.




O crack da Bolsa de Nova York

Na década de 1920, a procura por produtos industrializados estadu-
nidenses no mundo todo foi caindo à medida que aumentava a procura
por mercadorias européias. Mas as companhias estadunidenses continua-
ram a trabalhar a plena carga. Em circunstâncias assim, sem demanda, os
estoques aumentam e pode haver uma crise de superprodução.
Finalmente, as empresas que tinham acumulado enormes estoques
tiveram de parar ou reduzir a produção. O valor de suas ações mostrou os
primeiros sinais de enfraquecimento nas Bolsas de Valores, após um longo
processo de valorização. Enquanto as Bolsas promoviam grandes lucros,
um número cada vez maior de cidadãos aplicava seu dinheiro em ações.
Os preços subiam sem parar; os lucros da valorização atraíam mais e mais
gente. E assim por diante.
Os bancos engrossaram esse movimento, na medida em que passa-
ram a emprestar dinheiro para quem queria comprar ações. Eles aceita-
vam como garantia as próprias ações adquiridas pelos clientes, que mais
adiante pagariam por isso.
Chegou o momento, porém, em que muitas empresas começaram a ter
dificuldade de vender seus produtos. Com isso, caiu o preço de suas ações.
Quem possuía ações de empresas em dificuldades passou a vendê-las. Em
1929, o número de pessoas que queria vender ações era cada vez maior.
No dia 24 de outubro de 1929, a pressão para vender ações foi inten-
sa na Bolsa de Valores de Nova York. Sem compradores, os preços dos títu-
los despencaram a ponto de os administradores da Bolsa terem de fechar
as portas para evitar um desastre maior.





O quê: Crise econômica
provocada pela super
produção e pela especulação
fincanceira
Onde: Nova York, com
efeitos em todos os
países capitalistas
Quando: 1929

Grande Depressão

VOCABULÁRIO
Grande Depressão: No-
me dado ao período que
sucedeu à crise de 1929 e
que compreende, principal-
mente, a década de 1930.
Foi marcado pelo desem-
prego e pela crise econô-
mica.



Crianças carregam cartazes em
manifestação de trabalhadores
durante a Grande Depressão, em
St. Paul, Minnesota, EUA, 1937.
No cartaz que o menino segura
lê-se: Por que você não dá um
emprego a meu pai?



New Deal: a reação à crise

Nos primeiros anos do governo do presidente Franklin Delano Roosevelt, os Estados Unidos adotaram o New Deal, um conjunto de medidas destinadas à superação da crise. O New Deal foi inspirado nas idéias do inglês John Keynes.

Dentre as principais medidas adotadas pela política econômica do New Deal, destacam-se:

Controle governamental dos preços de diversos produtos industriais e agrícolas.

Concessão de empréstimos aos proprietários agrícolas.

Realização de um grande programa de obras públicas.

Criação de um seguro-desemprego.

Recuperação industrial.

O avanço dos regimes totalitários

Em diversos países europeus, a crise do capitalismo provocou efeitos mais ou menos desastrosos. Sofreram com o aumento do desemprego, a elevação dos preços, a redução do poder aquisitivo e a desorganização da produção econômica.

Os setores mais explorados da população passaram a reclamar de forma mais contundente soluções sociais que melhorassem suas condições de vida.

Os regimes democráticos revelaram-se incapazes de solucionar os grandes problemas socioeconômicos da época.

Havia ainda outro importante fator que promoveu o recuo do liberalismo. Era o medo alimentado pelas classes dominantes da expansão dos movimentos socialistas, revigorados pelo exemplo da Revolução Russa.

Os partidos de orientação marxista, representavam uma terrível ameaça aos interesses dos grandes banqueiros e industriais. Para salvar esses interesses, apoiou a ascensão de regimes totalitários, que prometiam estabelecer a ordem e a disciplina social. Exemplos marcantes desse processo foram o desenvolvimento do fascismo na Itália e do nazismo na Alemanha.

Disponível:http://netopedia.tripod.com/historia/crise_29.htm Acesso em: 22 mai 2010

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